Delegado agride advogado cadeirante por causa de vaga em estacionamento

Delegado agride advogado cadeirante por causa de vaga em estacionamento

Jornal do Brasil - 20/01/11

SÃO PAULO - O advogado cadeirante Anatole Magalhães Macedo, de 35 anos, foi agredido a socos e coronhadas pelo delegado de São José dos Campos (91 km de São Paulo) Damasio Marino, por causa de vaga reservada para pessoas com deficiência em um estacionamento da cidade.

A briga começou quando o delegado estacionava na vaga especial, em frente a um cartório na região central de São José. Anatole não gostou e foi tomar satisfações com o delegado.

''Ele me chamou de aleijado fdp. A única coisa que consegui fazer foi cuspir no carro dele, porque me senti desrespeitado", disse o advogado, que contou ter sido agredido no rosto a coronhadas.

Anatole Magalhães Macedo diz ter sido agredido por delegado. Foto: reprodução de TV

Já o delegado disse que estava parado na vaga especial porque sua mulher está grávida. Damasio Marino também nega a agressão a coronhadas ao advogado. Disse que ''apenas deu dois tapas na cara dele''.
A corregedoria da Polícia Civil abriu inquérito para apurar a agressão.

 COMENTÁRIO:

 Passo por situações parecidas como essa todos os dias na hora de procurar por vagas para deficientes aqui em Belo Horizonte - MG. A única diferença é que nunca sofri agressões físicas como o advogado Anatole.

Já houve casos em que tive que chamar o reboque, em outras os motoristas pedem perdão  e dão a mesma desculpa. Dizem que pararam "rapidinho" para irem ao banco ou a outro lugar e que nunca mais pararão nas vagas novamente.

Na mais calorosa procura por vagas na cidade, certa vez, bati boca com um instrutor de auto escola  que estava parado na vaga irregularmente e teve a cara de pau de me dizer que não estava estacionado, mas apenas parado. E ainda disse mais. Falou que ele não estava desrespeitando o Código de Trânsito Brasileiro, pois segundo ele, o CTB permite que os condutores façam isso. O fato é que até pode ser que as pessoas possam parar na vaga, porém ele estava estacionado com o carro desligado, e ainda por cima fora dele. Na verdade eu sei é que ele estava é esperando por  um aluno pois a auto escola fica bem em frente à vaga. Isso é um abuso e um absurdo. Quem deveria estar dando o exemplo desrespeita as leis de trânsito.

Outro fato curioso que aconteceu comigo foi que, por quatro vezes, um motorista cadeirante deixou um bilhete em meu carro dizendo que eu era muito folgado e que ocupava quase que  as vagas inteiras do quarteirão. O detalhe é que ele nunca se identificava, não deixava telefone e também nunca nos encontramos. Explico o motivo do bilhete: existem apenas duas vagas consecutivas na Rua Goitacazes, entre a Rua da Bahia e Rio de Janeiro (veja abaixo o mapa do google maps). Sempre paro meu carro propositalmente de modo que só caiba dois carros em 45º e que tenha espaço entre um carro e outro porque, se a pessoa for cadeirante/motorista como eu, ela não fica impedida de entrar em seu carro para fazer a condução do veículo. Pois nào é que o infeliz queria parar no meio das duas vagas? Ele não deve ser cadeirante e não pensa nas outras pessoas que são. Ele deveria saber que, mesmo não tendo uma faixa de retenção desenhada no chão como muitas vagas possuem,  deve haver um espaço considerável entre um veículo e outro para que as pessoas (principalmente em cadeira de rodas) possam entrar e sair de seus veículos. Fiz um bilhete com a resposta, mas infelizmente nunca tive a oportunidade de encontrar com essa pessoa para lhe explicar isso tudo. Espero que ele leia isso aqui no blog.

Veja abaixo o mapa das duas vagas acima relatadas:

Exibir mapa ampliado

Para finalizar, gostaria de falar com as pessoas que respeitem as vagas para deficientes (que já são poucas) e que, a partir de hoje, mostrarei aqui no blog flagrantes de carros sem a credencial parados nas vagas destinadas aos PNEs. Divulgarei também onde e quantas vagas existem em Belo Horizonte e, se possível mostrarei, via google maps, a localização e a imagem das mesmas.


Eduardo Rocha - Contando Sobre Rodas